O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM OS TESTES GENÔMICOS

O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM OS TESTES GENÔMICOS

O tratamento do câncer de mama pode ser dividido em dois tipos: o local (cirurgia e radioterapia) e o sistêmico (quimioterapia, hormonioterapia e terapia alvo). Este último tem como principal objetivo diminuir as taxas de recorrência da doença (local e à distância), aumentando consequentemente as chances de cura.

Até há pouco tempo o planejamento do tratamento sistêmico levava em conta os critérios do estadiamento e da histopatologia, ou seja, o tamanho do tumor, o seu grau histológico, a invasão de vasos linfáticos, os linfonodos acometidos, entre outros. Além disso, considerava os dados do estudo imunoistoquímico que nos dava uma inferência da biologia tumoral, por meio da expressão proteica, especialmente os receptores de estrógeno e de progesterona, HER-2 e KI-67.

NOVAS TECNOLOGIAS

Com o desenvolvimento de novas tecnologias em biologia molecular, foi possível a identificação de alguns genes que, agindo isoladamente ou em conjunto, poderiam determinar de maneira mais objetiva o prognóstico e as taxas de resposta ao tratamento sistêmico.

Essas plataformas foram desenvolvidas com diferentes metodologias e, no momento, sua utilização deve ser restrita para o planejamento do tratamento adjuvante de tumores iniciais. Até agora, dois testes foram testados em ensaios clínicos aleatorizados: Oncotype DX e MammaPrint, e outros três em grandes coortes: EndoPredictProsigna e Breast Cancer Index.

REDUÇÃO NAS INDICAÇÕES DE QUIMIOTERAPIA

A grande vantagem deles é diminuir a indicação de quimioterapia. Ou seja, para aqueles casos onde os critérios clássicos nos deixam em dúvidas sobre os reais benefícios da quimioterapia, os testes (que são feitos nos tumores) podem nos oferecer informações precisas e seguras quanto a necessidade da quimioterapia.

O Oncotype Dx utilizou a técnica de qRTP-PCR para identificação de 21 genes em tecido tumoral fixado em formalina e a expressão destes genes foi correlacionada a recorrência a distância, utilizando-se um score de 0 a 100. Depois de validado em alguns estudos retrospectivos o ensaio clínico TAILORx, publicado em 2018, mostrou o valor prognóstico e preditivo do teste.

O teste Mammaprint composto por 70 genes e também analisado em tecido tumoral fresco e/ou parafinado, foi avaliado pelo ensaio clínico MINDACT, publicado em 2016. As pacientes foram divididas de acordo com o risco clínico ou genômico. Os resultados mostraram que pacientes com baixo risco genômico mesmo com alto risco clínico poderiam ter a quimioterapia excluida da adjuvância mantendo-se as mesmas taxas de controle com o tratamento hormonal apenas.

O maior problema no Brasil ainda é o acesso, devido ao alto custo destes testes. Há estudos de viabilidade econômica que propiciaram alguns países, como por exemplo a Inglaterra onde a medicina é pública, a adotar estes testes genômicos na rotina. Um número grande de pacientes com câncer de mama inicial é poupado da quimioterapia e consequentemente o custo total do tratamento diminui.

 

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